Em novembro de 2005, Fabiano Robson Zampieri, de 37 anos, sofreu um grave acidente de moto que o deixou parcialmente tetraplégico, porém, com o tratamento e a fisioterapia, reconquistou parte dos movimentos dos membros superiores, tendo hoje paraplegia.
Desde então, explica, não conseguiu mais trabalhar como mecânico de motos, profissão que se especializou durante anos da sua juventude e idade adulta, e confessa que tudo poderia ser diferente se ele não estivesse em alta velocidade (perto de 140 km/hora) quando se chocou de frente com um carro que entrou na contramão e o acertou em cheio.
“Não tive tempo de pensar, frear ou até mesmo desviar. Tudo aconteceu em segundos e eu não me lembro de nada; fui levado desacordado para o hospital, com muitos ferimentos e durante 3 meses permaneci em coma; passei por vários tratamentos, procedimentos, fiquei muito mal, mas sobrevivi graças a Deus e à equipe de profissionais que cuidaram de mim”, pontua.
Dor física e emocional
Desde o acidente até o final de 2009, Fabiano enfrentou uma internação após a outra, acrescenta, causando muito desconforto tanto físico como emocional. “Nesse período, mal ficava em casa e logo surgia um novo problema, a maioria em decorrência de infecções urinárias e feridas espalhadas pelo corpo, as chamadas escaras e úlceras de pressão que se formam quando ficamos muito tempo deitados ou sentados numa mesma posição”, relembra, acrescentando que essa foi uma das épocas mais difíceis de sua vida, porque apesar das tentativas de melhora, não via resultados positivos.
Hoje, Fabiano leva a vida de uma maneira bem diferente à de quando sofreu o acidente, porém, apesar de tudo, das limitações e dificuldades superadas a cada dia, ele mantém o bom humor e a alegria de viver. Suas metas daqui para frente? “Luto por uma melhor qualidade de vida e almejo voltar a produzir, trabalhar, preciso conseguir algo que mantenha a minha cabeça em atividade, ocupada, é o que tenho buscado nos últimos tempos: uma oportunidade”, define.
Mesmo em meio às rasteiras que a vida dá, ressalta, ele ainda consegue tirar uma lição proveitosa desse episódio que mudou radicalmente a sua trajetória. “Aprendi, literalmente, que a vida sem freio ou regras não funciona. Por isso, se for fazer algo que te deixa em dúvida, ou ainda que seja arriscado demais, não faça para não ter do quê se arrepender depois”, aconselha.
AMC comprometida com a solidariedade quando conheceu a história do Fabiano não podia deixar de fazer a diferença. Dia 19 de maio passado Ilza e Cris (voluntárias) estiveram presentes para entregar oficialmente a cadeira que certamente deu a oportunidade do Fabiano recomeçar. Feita especialmente e moldada a sua necessidade.
Por: Ivonete Soares
Fotos: Demetrio Koch