10 setembro, 2014



VIOLÊNCIA DOMÉSTICA! DEVEMOS NOS CALAR?
A presença de violência nas relações interpessoais é hoje um dos motivos que leva um grande número de pessoas a buscarem ajuda tanto em serviços de saúde e de psicologia quanto em instituições jurídicas e policiais. A complexidade das dinâmicas de violência doméstica nos coloca diante da responsabilidade de refletir criticamente e de buscar caminhos para entender e
lidar com esses processos.
A violência doméstica pode manifestar-se de várias formas:
 agressão física, abuso sexual, violação e ameaças (violência verbal). Além disso, pode incluir ceticismo destrutivo, tácticas de pressão, falta de respeito, quebra de confiança, isolamento e perseguição. 
Alguns abusadores oferecem “recompensas” com certas condições para tentarem convencer o parceiro de que o abuso não voltará a acontecer. Por mais persuasivos que pareçam, a violência normalmente piora com o passar do tempo.
A violência doméstica raramente acontece uma só vez. Com o passar do tempo, o abuso físico e sexual tem tendência a aumentar em frequência e severidade.
O comportamento abusivo e controlador tanto emocional como físico pode ser contínuo. Violência doméstica acontece a pessoas de qualquer grupo ou classe social, idade, raça, capacidade física ou mental, sexualidade ou estilo de vida. O abuso pode acontecer em qualquer altura da relação – no princípio ou depois de muitos anos juntos.
Hoje se diz que o Homem e a Mulher vivem numa sociedade moderna, civilizada, justa, onde todos em conjunto usufruem os mesmos direitos e privilégios.
No entanto, em muitos lares, a violência doméstica ainda é um problema que afeta crianças, idosos, mas, sobretudo as mulheres. Elas são as maiores vítimas nas mãos dos seus maridos, companheiros, que as agridem com murros, pontapés, que as insultam e humilham, que as forças a torturas sexuais, só porque se julgam donos dos seus corpos e almas. Estes homens cruéis e desumanos não se lembram ou não querem lembrar-se que a violência doméstica é crime. Para eles, as suas mulheres são apenas meros objetos que eles utilizam a seu belo prazer e quando estão fartos as deixam foraA violência em família pode acarretar uma enorme gama de consequências para a criança, e esses efeitos variam do físico- ferimentos externos ou internos – ao psíquico- distúrbios mais ou menos graves que podem envolver agressividade, ansiedade ou depressão. (GONÇALVES, 1999)
Dentre as várias consequências psicológicas destacam-se o transtorno do estresse pós-traumático, altos índices de depressão, baixa autoestima, dificuldade de relacionamentos interpessoais com crianças e adultos, ansiedade, amadurecimento sexual precoce e diversas fobias, como por exemplo: síndrome de pânico.
Como vimos à violência doméstica é um assunto bastante complexo daria para escrever muito sobre o mesmo, mas sabemos que o problema vai muito além de um simples texto, temos que acreditar e ter Fé e nunca se CALAR, pois o Silêncio também gera cumplicidade.
O foco no tratamento das vitimas de violência doméstica se concentra frequentemente nas consequências da violência, em evitar a autoacusação e na instrução da vítima a respeito das opções disponíveis, tanto legais quanto de outros tipos. (Guyer apud Huss 2011).
As intervenções utilizadas para atenuar, ou seja, diminuir a incidência de violência doméstica é feita com base na abordagem multimodal, que requer a utilização múltipla de abordagens, tais como: tratamento educacional e psicológico, intervenções baseadas na comunidade, intervenções da justiça criminal.
Nenhuma abordagem única será capaz de provocar mudanças consideráveis na eliminação da problemática, entretanto, uma abordagem integradora pode fazer a diferença na redução da violência na vida de milhares de pessoas.
Conclui-se que a violência doméstica é um fenômeno que ocorre de forma camuflada dentro do contexto familiar, uma ação abusiva, escamoteada, ou seja, escondido em que a vítima se encontra em uma condição vulnerável e é submetida a atos de descaso. Nesse aspecto, a psicologia se propõe em fazer mediações com a área jurídica a fim de tentar reduzir as graves consequências de tal problema. Estudar a violência contra a criança e o adolescente é um desafio constante em construção e que há muito a se descobrir e a ser investigado. Hoje com a ajuda da mídia com certeza tudo se torna mais fácil.  É certo que medidas preventivas, educacionais, jurídicas, psicológicas são de grande relevância e propiciam um maior amadurecimento conceitual sobre essa causa tão complexa.

Disse-lhes Jesus: Guarde a espada, pois todos os que apunhalam a espada pela espada morrerão. (Mt 26:52).      
Rita Dantas
Psicóloga

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